O POETA E A CRIANÇA
O poeta devia ter ido às escolas.
Porquê esperar por evidências
de puberdade para dar poesia a
comer?
Para quê esperar pela aparência
da extrema secura para beber-se
da fonte?
Talvez o poeta se decosesse da
sombra com a criança estranha
: porventura ela lhe ateasse o
fantasma das entranhas frias,
) Agora o poeta vai morrer (
inconsútil com a sua poesia
; é certo - para sempre coroados
nesse lugar paradoxal da fama
obscura -
Ainda assim, morre-se num sítio
mais raso sem a Babel da criança
que confunde a rota da palavra.
suzamna hezequiel
"Pudorgrafia"
Texto Sentido
2015