Neste país de linhos e predicados
horas forradas de musgo e amor
onde a humidade do sol desagua como carta sagrada
e no selo dessa corrente de rio meditações se afloram,
sento-me na relva desta paz de ar lambida
e sonho os sonhos das pedras e dos astros musicais...
Ouço os murmúrios azuis das constelações das nossas almas
e na biblioteca da noite o pulsar óbvio da sublimação
é uma gema que flutua no vácuo
germinando os jardins do nosso amor
e antecipando a felicidade em cometas irisados.
Aqui me deixo levar pela intrépida ovulação do Agora,
onde a fermentação dos nossos sentidos
placidamente passa pelos caminhos novos
dessa canção de rios e árvores, planetas e almas,
num súbito desaguar de melodias da eternidade...
Neste país de bálsamos siderais
a voz das plantas desenha o nosso sossego
e veste-nos de transparências primordiais
onde a verdade dos nossos vultos vive
e nas candeias da liberdade descansa...
Edmundo Silva
"Epifania ao Sol"
WorldArtFriends Editora
2012
Sem comentários:
Enviar um comentário