domingo, 22 de abril de 2018

"MANIFESTO HOLOSISTA" NA REVISTA "NOVA ÁGUIA"



O que aconteceu em Março deste ano - e no sábado, dia 21 de Abril de 2018, pelas 15H00, no Palácio Viscondes de Balsemão, na Praça Carlos Alberto na cidade do Porto. - foi um acontecimento histórico para o Movimento Holosista (senão para o século XXI). Pela primeira vez neste século um manifesto de vanguarda cultural holística, como o Manifesto Holosista * foi publicado numa revista cultural (lusófona) de grande prestígio: a "Nova Águia".

Deste modo, e em nome do Movimento Holosista, gostaria de agradecer publicamente ao professor Renato Epifânio por ter autorizado a publicação do nosso manifesto e pela divulgação que está a fazer dele - juntamente com os textos de outros autores, publicados nesse número. Todos de grande interesse e qualidade. A publicação do manifesto do nosso movimento pode ser um pequeno passo para nós, mas, grandes revoluções começam com pequenos passos como este. 

Tiago Moita.

* (No texto aparece "Manifesto Holista", mas o professor Renato Epifânio já pediu desculpas por essa "gralha." O mais importante é o texto que foi (muito bem) impresso).

terça-feira, 17 de abril de 2018

"ILUMINAÇÕES À SOMBRA DA CAVERNA" - "O DESPERTAR DAS CRIATURAS NOVAS", TIAGO MOITA.


Mark Henson

"The Paintbrush Warrior"

2011

"ILUMINAÇÕES À SOMBRA DA CAVERNA"
O DESPERTAR DAS CRIATURAS NOVAS.

Toda a letargia transporta consigo um desassossego nos ombros, um silêncio ensurdecedor de uma sede por saciar que vai ganhando eco, de geração para geração, a ponto de explodir a qualquer instante contra a usura do tempo e a apatia dos cegos e surdos da Terra.
Falo do despertar de uma nova geração que não se deixou seduzir pelo sono de Morfeu e fez do Verbo dos verbos, carne e barro para os seus poemas, e da realidade, uma tela em branco para dar voz ao seu silêncio. Falo de uma geração que escolheu reencarnar por missão e não por castigo, para servir e não para serem servidos, para serem sujeitos e não objectos, para serem co-criadores iluminados pelo Universo e não sombras apáticas esquecidas pela noite dos Homens.
Falo de uma geração com alma de sábios e talento de génios. De uma geração que conseguiu sair da caverna de Platão e está a conseguir trazer cada vez mais pessoas para o reino das luzes, que sempre existiu dentro do coração de cada indivíduo. Falo de uma geração que não se conformou com os ideais e as linguagens das gerações anteriores à sua e que estão a conseguir enterrar o século passado no jardim das traseiras da História. Falo de uma geração está a dançar, sozinha, o baile da gravidade, sem precisar de lições do Zaratustra; que está a pintar as elegias dos versos com todas as cores do arco-íris, removeram o lixo das galerias de arte e acenderam velas nos livros e revelaram os corpos astrais em todas as esculturas, peças de teatro, filmes, fotografias, canções e outras formas de Arte capazes de retratar melhor a extensão e a beleza do Verbo donde brotou a palavra Deus.
Falo daquilo que deu origem a este movimento, do despertar de um tempo novo, fresco, revigorado, brotado do húmus da terra para ser carne e sol e fogo nos lábios do vento, rugindo e alastrando pelos desertos, pelos vales e pelos abismo, abrindo feridas num silêncio sem sentido para libertar, das suas entranhas, a primavera dos sonhos que coabita no coração das aves.
Tiago Moita.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

ILUMINAÇÕES À SOMBRA DA CAVERNA - "EGO" (Tiago Moita)


"Dissolution of the Ego"

Peter Gric

2014

"ILUMINAÇÕES À SOMBRA DA CAVERNA"

EGO.

Nunca como agora se tem falado no Ego. Desde o nascimento até à morte somos tentados pela sua voz e seduzidos pela magia dos seus objectos. Quando incha sentimo-nos gigantes e vemos o mundo do alto do nosso orgulho, sem nos apercebermos da fragilidade do barro que substituiu a nossa carne. Quando tem fome, inventa as maiores mentiras e desculpas para isolarmo-nos da nossa verdadeira fonte e faz com que sejamos capazes de comer a podridão dos nossos vícios e beber das águas fétidas onde vertemos o veneno das nossas culpas.

Urge saber desligar a ficha. Virar as costas aos seus apelos, venham eles do telelixo, do facelixo ou de qualquer porcaria que nos atiram à cara e mancham a nossa alma de vergonha. Urge o despertar abrupto do sono de morfeu, voltar a pegar no barro dos sonhos e soltar as asas da imaginação e da criatividade, em nome de uma Arte que se reinventa, provoca e transcende os conceitos e os dogmas que plantamos na bruma da nossa ignorância, desde o momento em que abrimos e olhos e descobrimos que o mundo não é feito de sombras mas sim de estrelas.

Tiago Moita.