terça-feira, 17 de abril de 2018

"ILUMINAÇÕES À SOMBRA DA CAVERNA" - "O DESPERTAR DAS CRIATURAS NOVAS", TIAGO MOITA.


Mark Henson

"The Paintbrush Warrior"

2011

"ILUMINAÇÕES À SOMBRA DA CAVERNA"
O DESPERTAR DAS CRIATURAS NOVAS.

Toda a letargia transporta consigo um desassossego nos ombros, um silêncio ensurdecedor de uma sede por saciar que vai ganhando eco, de geração para geração, a ponto de explodir a qualquer instante contra a usura do tempo e a apatia dos cegos e surdos da Terra.
Falo do despertar de uma nova geração que não se deixou seduzir pelo sono de Morfeu e fez do Verbo dos verbos, carne e barro para os seus poemas, e da realidade, uma tela em branco para dar voz ao seu silêncio. Falo de uma geração que escolheu reencarnar por missão e não por castigo, para servir e não para serem servidos, para serem sujeitos e não objectos, para serem co-criadores iluminados pelo Universo e não sombras apáticas esquecidas pela noite dos Homens.
Falo de uma geração com alma de sábios e talento de génios. De uma geração que conseguiu sair da caverna de Platão e está a conseguir trazer cada vez mais pessoas para o reino das luzes, que sempre existiu dentro do coração de cada indivíduo. Falo de uma geração que não se conformou com os ideais e as linguagens das gerações anteriores à sua e que estão a conseguir enterrar o século passado no jardim das traseiras da História. Falo de uma geração está a dançar, sozinha, o baile da gravidade, sem precisar de lições do Zaratustra; que está a pintar as elegias dos versos com todas as cores do arco-íris, removeram o lixo das galerias de arte e acenderam velas nos livros e revelaram os corpos astrais em todas as esculturas, peças de teatro, filmes, fotografias, canções e outras formas de Arte capazes de retratar melhor a extensão e a beleza do Verbo donde brotou a palavra Deus.
Falo daquilo que deu origem a este movimento, do despertar de um tempo novo, fresco, revigorado, brotado do húmus da terra para ser carne e sol e fogo nos lábios do vento, rugindo e alastrando pelos desertos, pelos vales e pelos abismo, abrindo feridas num silêncio sem sentido para libertar, das suas entranhas, a primavera dos sonhos que coabita no coração das aves.
Tiago Moita.

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