quinta-feira, 19 de setembro de 2019

POETAS (E POEMAS) HOLÍSTICOS QUE NOS INSPIRAM: "SILÊNCIO" DE RUI MANUEL GRÁCIO DAS NEVES


SILÊNCIO


Silêncio,
Filma-se a Vida!

Silêncio
Que
É,
Nem mais nem menos,
Do que o Centro da Vida.

A Criação
Surge em e no Silêncio.
O Silêncio é o Mistério da Vida,
O Silêncio é o Arco-Íris
Da Vida,
O Caleidoscópio
Com o qual se constrói
O que existe,
Ou,
De como,
Tudo muda em Tudo.
Triângulos,
Quadrados,
Rombos,
Tudo de cor e em cor,
Toda a classe de cores,
Festival de cores,
Eis o Irmão Silêncio!
Habita-nos,
O Silêncio,
Como habita o Mundo,
É a mesma coisa.
Não há Cor
Sem Irmão Silêncio,
Nem Silêncio
Sem Irmã Cor.
Ambos são convertíveis,
Como o Ser, a Verdade, o Bom, o Belo, o Um,
Na filosofia escolástica.
O Silêncio está mais-além do Tempo,
E do Espaço,
E da Causalidade.
É a Eternidade
No Centro do Tempo e do Espaço,
E assim Deus É,
Como bem disse o Teólogo,
“O Centro que está em todas as partes
E cuja Circunferência
Não está em Lugar Nenhum

Rui Manuel Grácio das Neves

#MovimentoHolosista #PoesiaHolistica #PoemasHolisticos #Silencio #RuiManuelGraciodasNeves

terça-feira, 17 de setembro de 2019

ESCULTORES HOLÍSTICOS QUE NOS INSPIRAM: QUEM É RICK KIRBY?


Rick Kirby

QUEM É RICK KIRBY?

Rick Kirby é um escultor inglês nascido em 1952 em Gillingham , Kent . Ele começou a sua carreira como professor de arte, antes de sair após dezesseis anos, para se concentrar no seu trabalho. Grande parte do seu trabalho é figurativo , refletindo um interesse no rosto e na forma humana, e principalmente no aço , que ele descreve como uma escala e um "factor de quem" não é possível com outros meios.

Kirby nasceu numa família naval. Sempre se interessou por Arte desde criança, e passou a estudá-la depois do ensino Secundário. De 1969 a 1970, ele estudou no Somerset College of Art e de 1970 a 1973 no Newport College Of Art, do qual recebeu um Bacharelato em Belas Artes. Essa educação era "libertadora e confusa", disse ele, e o deixou sem uma ideia para a direção de seu trabalho. De 1973 a 1974, ele estudou um diploma de professor de arte na Universidade de Birmingham e passou os dezesseis anos seguintes ensinando arte. 

Durante seu tempo como professor, o próprio senso artístico de Kirby se inclinou para a escultura e, depois de dezesseis anos, ele deixou de ensinar para se concentrar em seu trabalho. Nos três anos seguintes, ele esculpiu em pedra, antes que um co-inquilino siderúrgico lhe pedisse para experimentar seu soldador. "O aço me libertou", como Kirby disse. "Isso deu-me a capacidade de crescer imenso, numa escala que simplesmente não é possível com a pedra: um "fator whoom!". Como ele a descreveu, "é a justaposição de aço em sua forma bruta, industrial a frio e humano quente que minha arte respira nela - esse é o meu fascínio".

A obra de Kirby é amplamente figurativa, reflectindo um fascínio pelo rosto e pela forma humanos que persistem desde que trabalhou na pedra. Embora ele use um meio industrial em aço, as peças de Kirby pretendem expressar elegância, graça e tutela; um revisor de uma de suas exposições observou que "eles não dominam os seus ambientes, mas vigiam tranquilamente o seu ambiente com um ar de suave teatralidade".

A maioria das peças de Kirby são comissões públicas e, portanto, são monumentais em tamanho.  Suas peças variam em altura de um a dez metros; sua escultura de 2002 Sutton Hoo Helmet, modelada após o capacete anglo-saxão Sutton Hoo do enterro de navio Sutton Hoo e revelada pelo ganhador do Nobel Seamus Heaney , tem 1,8 metros de altura e 1,6 metros de altura. profundo, e pesa 900 kg (2.000 lb).

Várias peças de Kirby são exibidas no Palácio de Westminster, em Londres, e em Putney, às margens do rio Tamisa. As suas obras foram reveladas pela rainha Elizabeth II, princesa Margaret e príncipe Edward. Ao revelar Quando o céu é o limite, os espíritos sobem em 2005, o príncipe Edward observou que "não sei bem qual é a palavra. Parece representar algo subindo". 

Para mais informações acerca das suas obras, consultem o site oficial de Rick Kirby em: http://www.rickkirby.com/ 

ESCULTURA (E ESCULTORES) HOLÍSTICA QUE NOS INSPIRA: RICK KIRBY (2000)


Rick Kirby

"Cross the Divide"

2000

#MovimentoHolosista #RickKirby #CrosstheDivide #EsculturaHolistica

FILOSOFIA (E FILÓSOFOS) HOLÍSTICA QUE NOS INSPIRA: PAULO BORGES


"A grande mudança de paradigma é a da percepção do Real. Libertar-se de Eu e Outro, Sujeito e Objecto. Não ver o mundo, mas ser o mundo, sem conceitos de Ser e Mundo. A grande revolução é a do despertar da Consciência. Esta é a única urgência. Tudo o resto - ética, política, economia - vem por acréscimo. Se ainda houver algo que reste..."

Paulo Borges

Filósofo, Professor, Ensaísta, Escritor e Poeta

QUEM É PAULO BORGES?

Paulo Alexandre Esteves Borges nasceu em Lisboa a 5 de outubro de 1959. É professor, ensaísta, filósofo, poeta e escritor português. Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa desde 1988 e investigador do Centro de Filosofia da mesma Universidade, onde ensina Filosofia da Religião, Pensamento Oriental, Filosofia e Meditação e Filosofia e Literatura. Professor de Medicina e Meditação na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, desde 2019. Coordenador do Seminário Permanente Vita Contemplativa - Práticas Contemplativas e Cultura Contemporânea e do Núcleo de Investigação de Pensamento Português e Cultura Lusófona no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Sócio-fundador e membro do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, membro correspondente da Academia Brasileira de Filosofia, membro Fundador da APERel – Associação Portuguesa para o Estudo das Religiões, membro do Conselho de Direcção da Revista Lusófona de Ciência das Religiões, director da revista Cultura ENTRE Culturas, cofundador e ex-presidente (de 2002 a 2014) da União Budista Portuguesa, ex-presidente (de 2004 a 2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva, ex-vice-Presidente da Associação Interdisciplinar para o Estudo da Mente, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade de Ética Ambiental. Consultor do Observatório para a Liberdade Religiosa, desde 2015.

Foi Presidente do Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) de 2011 a 2014, tendo-se demitido em 13 de Setembro de 2014, e se desfiliado do partido em 8 de Julho de 2015. Foi candidato, pelo PAN, à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa nas eleições autárquicas de 2013, tendo sido entre nove o 5º candidato mais votado. Nas Legislativas de 2011 ficou a cerca de 3000 votos de ser eleito deputado por Lisboa. Foi candidato anunciado às eleições presidenciais de 2016, com o lema "Outro Portugal Existe".[1]

É Presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética, que visa promover uma ética e uma espiritualidade laicas e holísticas, transversais a crentes e descrentes, baseadas no reconhecimento da interdependência de todos os seres e formas de vida. É sócio-fundador e presidente da MYMA Portugal - Associação para a Cultura Contemplativa, desde 2019. Autor do programa de formação reflexiva e meditativa "O Coração da Vida".

Sente-se herdeiro do melhor da visão que, em Luís de Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, assume ser vocação de Portugal servir a emancipação das consciências, contribuir para um Novo Mundo alternativo ao esgotamento da civilização tecnocrática, produtivista e consumista e para a criação de uma comunidade ético-espiritual mundial onde se transcendam e harmonizem as diferenças nacionais, culturais, políticas e religiosas. Optou pela via budista tibetana para transcender todas as vias na experiência e partilha do Infinito que sente em si e em todas as coisas.

Praticante da via do Buda desde 1983 e professor de meditação e filosofia budista desde 1999, orientando cursos, workshops e retiros em Portugal e no estrangeiro.

Recebeu um doutoramento "honoris causa" pela Universidade Tibiscus, de Timisoara (Roménia), em 12 de Junho de 2017.

Recebeu o prémio Ibn Arabi Taryumán 2019, atribuído pela MIAS Latina, pela sua investigação e obra no domínio da espiritualidade e do diálogo inter-religioso, em Ávila, na Universidade da Mística, em 11 de Maio de 2019.

OBRAS PUBLICADAS

Trespasse, 1985, (poesia)

Capital, 1988, (poesia)

Ronda da Folia Adamantina, 1992, (poesia)

A Plenificação da História em Padre António Vieira. Estudo sobre a ideia de Quinto Império na “Defesa perante o Tribunal do Santo Ofício”, 1995 (ensaio filosófico)

Do Finistérreo Pensar, 2001, (ensaio filosófico)

Dalai Lama, Estágios da Meditação, 2001 (tradução)

Pensamento Atlântico, 2002, (ensaio filosófico)

O Budismo e a Natureza da Mente, com Matthieu Ricard e Carlos João Correia, 2005, (ensaio filosófico)

Línguas de Fogo. Paixão, Morte e Iluminação de Agostinho da Silva, 2006, (Romance)

Folia. Mistério de Pentecostes em três actos, 2007, (teatro)

Princípio e Manifestação. Metafísica e Teologia da Origem em Teixeira de Pascoaes, 2008, (ensaio filosófico)

A Cada Instante Estamos A Tempo De Nunca Haver Nascido (Aforismos), 2008, (ensaio filosófico)

Da Saudade como Via de Libertação, 2008, (ensaio filosófico)

A Pedra, a Estátua e a Montanha. O V Império no Padre António Vieira, 2008, (ensaio filosófico)

O Jogo do Mundo. Ensaios sobre Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, 2008, (ensaio filosófico)

Uma Visão Armilar do Mundo. A vocação universal de Portugal em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, 2010, (ensaio filosófico)

Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar, 2010.

O Teatro da Vacuidade ou a impossibilidade de ser eu. Estudos e ensaios pessoanos, 2011, (ensaio filosófico)

É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013.

Padre António Vieira, Defesa Perante o Tribunal do Santo Ofício, introdução, anotação e coordenação da edição, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2014.

Entraña Extraña, Madrid, Amargord, 2014.

Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014.

O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Edições Mahatma, 2015; 2ª edição, 2017.

Outro Portugal Existe. Uma candidatura-movimento alternativo às presidenciais de 2016, Lisboa, Edições Mahatma, 2015.

A "Ode Marítima" de Álvaro de Campos. Edição com documentos do espólio de Fernando Pessoa e textos interpretativos (com Cláudia Souza e Nuno Ribeiro), Lisboa, Apenas Livros, 2016.

Agostinho da Silva. Uma Antologia Temática e Cronológica, Lisboa, Âncora Editora, 2016, 3ème édition.

A Renascença Portuguesa. Tensões e Divergências (com Bruno Béu), Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2016.

Do Vazio ao Cais Absoluto. Fernando Pessoa entre Oriente e Ocidente, Lisboa, Âncora Editora, 2017.

Meditação, a Revolução Silenciosa. Da mindfulness ao despertar da consciência, Lisboa, Edições Mahatma, 2017.

Vazio e Plenitude ou o Mundo às Avessas. Estudos e ensaios sobre espiritualidade, religião, diálogo inter-religioso e encontro trans-religioso, Lisboa, Âncora Editora, 2018.

O Apocalipse segundo Fernando Pessoa e Ofélia Queirós, Talentilicious, 2017.

Fernando Pessoa. Rafael Baldaya, el Pessoa hermético y ocultista (com Cláudia Souza e Nuno Ribeiro), Madrid, Amargord, 2018.

Os Animais, Nossos Próximos (Antologia do amor humano aos animais) (com Daniela Velho), Lisboa, Edições Mahatma, 2018.

Para mais informações, consultem o site oficial de Paulo Borges em: https://pauloborgesnet.wordpress.com/

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

POESIA HOLOSISTA QUE NOS INSPIRA: "ACORDEI POLIÉDRICA" DE SUZAMNA HEZEQUIEL(2015)



ACORDEI POLIÉDRICA

Acordei herdeira de mim,
filologicamente poliédrica,
ao som de tiorba, com sabor a cravinho,
noz-moscada, pimenta preta e vinagre.

Deixa-me, assim, temperada, só por hoje,
a sós com as minhas matilhas destemperadas,
sem os olhares que ficaram em mim,
os esgares sobre os meus gestos precários
(não os repudio, pois sei que voltarão).

Ergo um templo no centro da Lagoa do Fogo
para assistirmos (em festa) aos fimnerais
dos nossos eus inconclusos.

Contrario - aí - a eutanásia dos sentidos
e tatuo-nos a liberdade, sem cicatrizes hipertróficas,
longe das robóticas fantasmacentas rotinas.

Quero, submissamente, levianar
como boa e rebelde alma expiatória
e viver e sentir e orar muito com prazer
: para que as metáforas te transmutem
as metástases em ametistas
e te embutam libertárias luminárias
- delírios que nos remetem ao clit-Íris que somos,
cada vez com maior acuidade.
Sei que refletir só esta face,
ofusco-te todos os meus ângulos de sossego
; mas assim te reinventarás nomes próprios,
sem pseudónimos, nem heterónimos pornográficos
ou rimas primas em sonetos obsoletos

Amanhã, sim, será o dia-das-não-palavras.

Apenas gestos nossos - gastos a gosto
: texturas e aromas a cores e sabores sem pudores,
surdas-mudas fruições e filiais ternuras

(transparentes, infindos poliedros)

E, então, ninguém falará de "falta de diálogo"
lamentará árvores cortadas
ou invocará o Amor em vão.

suzamna hezequiel
"Pudorgrafia"
Texto Sentido Editora
2015

#MovimentoHolosista #PoesiaHolosistaquenosInspira #PoesiaHolosista #suzamnahezequiel #AcordeiPoliédrica #Poesia #Poema #Pudorgrafia #TextoSentido #2015

PEÇAS DE TEATRO HOLÍSTICO QUE NOS INSPIRAM: "MYSTIC WORLD", DOS SHADOW THEATRE DELIGHT (2018)


Shadow Theatre Delight

"Mystic World"

2018

SINOPSE DA PEÇA

A história da performance conta as aventuras da protagonista no mundo místico, na qual ela cai com a ajuda de uma pedra mágica.

Neste mundo, ela tem que superar o fogo e a água, conhece cristais vivos reais que a levam ao mundo do mar e a escondem em uma bola de água de um imenso polvo vivo. Então a heroína se encontra em um navio pirata abandonado, onde encontra uma pedra de beleza incomum, exatamente a mesma que ela conheceu antes de cair neste mundo místico.

A pedra mágica a atrai para ela e a heroína o toca. Depois disso, o mundo é novamente inflamado por cores ardentes, o principal feiticeiro do mundo místico aparece e chama seu monstro para lutar contra convidados indesejados. Mas a heroína lida com as dificuldades e, com o mesmo sucesso, com a ajuda dessa pedra chega em casa.

Esta performance em 3D do teatro de sombras Delight mergulha o espectador em um verdadeiro conto de fadas místico e tira o fôlego desde o primeiro minuto.

Shadow Theatre Delight
2018

#MovimentoHolosista #TeatroHolistico #ShadowTheatreDelight #MysticWorld #2018

Para mais informações a respeito do trabalho deste grupo, por favor consultem a sua página oficial: https://shadowdelight.org/en 

INSTALAÇÕES ARTÍSTICAS HOLÍSTICAS QUE NOS INSPIRAM: "WEB #5", DE YUKIRO YAMAGUCHI (2015)


Yurico Yamaguchi

"Web #5"

2015

Para mais informações acerca da vida e obra de Yukiro Yamaguchi, por favor consultem o seu site oficial: https://yurikoyamaguchi.com/

#MovimentoHolosista #YurikoYamaguchi #Web#5

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

FILOSOFIA (HOLÍSTICA) QUE NOS INSPIRA: STÉPHANE LUPASCO


"Se você conseguir inverter todas as suas realidades, descobrirá novos e fantásticos mundos bem mais bonitos e acolhedores do que aquele que em está a viver agora."

Stéphane Lupasco
 Filósofo
(1900-1988)

QUEM FOI STÉPHANE LUPASCO?

Stéphane Lupasco nasceu em Bucareste no dia 11 de Agosto de 1900. A sua família pertencia à antiga aristocracia moldávia. O seu pai foi um advogado e político, mas foi sua mãe, pianista e aluna de César Franck, foi a responsável pela mudança da família para Paris em 1916. Após terminar sua educação básica no Lycée Buffon, ele estudou Filosofia, Biologia e Física na Sorbonne e, mais tarde, Direito. Lupasco também participou activamente na vida artística e intelectual de Paris nas décadas de 20 e de 30 do século XX, vindo a defender sua tese de doutoramento em 1935.

Em 1946, Lupasco foi nomeado Investigador Assistente no Centre National de la Recherche Scientifique, um posto que foi obrigado a abandonar devido à inabilidade do Centro em decidir qual a Secção Científica correspondente ao seu trabalho. Os dez ou quinze anos seguintes foram de grande aceitação pelo seu trabalho por parte do público e de outros pensadores, mas não, infelizmente, pelos lógicos e filósofos mais populares do meio académico-científico. A sua obra "Trois Matières" ("Três Matérias"), publicada em 1960, foi um bestseller, e o público passou a tratar Lupasco como o Descartes, o Leibniz, o Hegel do século XX, um novo Claude Bernard, um novo Bergson, etc. Ele continuou a publicar os seus livros nos anos 1970 e 1980, sendo o último "L’Homme et ses Trois Ethiques" ("O Homem e suas Três Éticas"), em 1986, apenas dois anos antes de sua morte em 7 de Outubro de 1988, em Paris. Um prémio da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos em 1984 esteve entre as poucas honras recebidas por Lupasco em vida. 

Lupasco foi um dos membros fundadores do Centro Internacional de Pesquisas e Estudos Transdisciplinares (Centre International de Recherches et Etudes Transdisciplinaires - CIRET), fundado em Paris em 1987 por Basarab Nicolescu, Edgar Morin, René Berger, Michel Random além de outras figuras centrais da intelligentsia francesa. Como Nicolescu recordou mais tarde, Lupasco foi profundamente afetado pela resistência obstinada da comunidade académica em aceitar um debate honesto para discutir seus novos princípios e postulados, e é com amargura compreensível que Lupasco viu nessa resistência um outro exemplo da actuação mesma dos seus princípios.

Foi um dos subscritores da célebre Declaração de Veneza de 1986 (resultante de um colóquio realizado na Fundação Giorgio Cini, realizada entre os dias 3 e 7 de Março de 1986).

O estilo de Lupasco enquanto escritor não é dos mais fáceis, e requer ininterrupta atenção do leitor. Não é incomum encontrar períodos de quase uma página de extensão, contendo múltiplas orações aninhadas. A sua escrita é extremamente densa em termos de ideias e do significado de cada frase sucessiva, e contém somente alguns poucos exemplos ilustrativos ocasionais. Lupasco faz muitas referências às suas publicações anteriores, infelizmente, sem apresentar adequada indexação. Tal como notou Nicolescu, a exclusão de Lupasco da vida académica francesa resultou tanto em vantagens quanto em desvantagens: Lupasco libertou-se das limitações do ensino e da publicação de trabalhos de pesquisa num formato rígido, e ele, obviamente, não viu necessidade disciplinante de aplicar o fornecimento de referências para as suas fontes. No livro "Psychic Universe", publicado quando Lupasco tinha setenta e nove anos de idade, o leitor não encontra qualquer tipo de informação acerca de estudos, então correntes, em psiquiatria. (Lupasco infelizmente não lia inglês muito bem, e por isso referências à "antipsiquiatria" de Ronald Laing e Gregory Bateson, tão próxima em espírito a seu próprio trabalho, não foram encontradas.) Um estudo recente feito por Brenner (2008) actualiza o trabalho de Lupasco e mostra a sua relevância às questões actuais no campo da ciência e filosofia, assim como na lógica.

Lupasco não foi bem apresentado pelos (poucos) exegetas  que olhavam de perto o seu trabalho. Apenas um livro, da autoria do sociólogo Marc Beigbeder, apresenta tanto uma descrição substancial da teoria de Lupasco quanto um desenvolvimento da mesma como uma "lógica da sociedade". Uma monografia breve, escrita pelo filósofo Benjamin Fondane, que data de 1944 (pouco antes de sua deportação e morte), foi publicada em 1998 e discute as supostas limitações da visão de Lupasco no que se refere à afetividade e à ontologia. Um livro publicado por um obscuro artista Inglês, George Melhuish, utiliza ideias de Lupasco para desenvolver o seu próprio conceito de estrutura do Universo, uma leitura simpática, mas não muito rigorosa de sua obra. O autor deste artigo tinha uma dívida com Nicolescu em virtude do acesso a estes e vários outros textos da sua biblioteca pessoal, os quais, de outra forma, permaneceriam totalmente indisponíveis. Um entendimento completo da análise de Lupasco a esses precursores — que André Glucksmann chamou de "Les Maîtres Penseurs", isto é, Kant, Hegel, Schopenhauer e Marx - deve ser procurado em vários livros diferentes. A atenção do leitor é recompensada, no entanto, por reformulações regulares de Lupasco das suas teses básicas, muitas vezes expressas, nessas revisões, de maneiras muito mais económicas, significativas e coerentes.

Na sua introdução ao livro "Princípio de Antagonismo e Lógica da Energia", de Lupasco, Nicolescu aponta a perfeita acessibilidade da linguagem do autor, uma vez que o leitor ultrapasse as (relativamente poucas) fórmulas matemáticas do livro. "A obra exemplifica, de forma auto-referencial, os aspectos ternários de 'potencialização', 'actualização' e 'terceiro incluído' que lhe dão o charme e o privilégio de encantamentos que são ao mesmo tempo científicos, filosóficos e poéticos".

Resumindo brevemente, estimulado pelos trabalhos de Einstein e pela Mecânica Quântica, Lupasco fundou uma nova lógica, questionando a Lei do terceiro excluído — tertium non datur —, um princípio da lógica clássica. Ele introduziu um terceiro estado, indo além do Princípio da Dualidade, o estado-T. O estado-T não é 'actual', nem 'potencial' (categorias que substituem no sistema de Lupasco os valores "verdadeiro" ou "falso" da lógica bivalente padrão), mas uma resolução dos dois elementos contraditórios num nível mais elevado da realidade ou complexidade. Lupasco generalizou a sua lógica para incluir física e epistemologia e, sobretudo, uma nova teoria da consciência.

Deve-se a ele a Teoria da Trialética, que está na origem da  Triskle - o símbolo oficial do Movimento Holosista.