Um sonho que tive...
Lusa Luz – 7/7/2016
O sonho somos nós,
imersos na água…
Num mar de desejos
minha alma afogava.
Oculto sol transpareceu
e, de súbito, o mar de desejos foi-se desvanecendo como uma névoa.
Fiquei só acompanhado
com o universo olhando a terra ardente.
De repente, dentro
do silêncio, deixo de estar solitário na saudade...
Meu barco encalhou
junto à praia lá pelas ondas do mar.
Nas areias quentes
daquele dia vi muita gente.
E exatamente à minha
frente, o tempo parou.
Sinto-me num agora
quieto, cheio de mudez e de espanto.
Do meu olhar em
frente, para o universo imenso, uma torre de súbito subiu.
Era feita de luza
glória, era o que Henrique construiu, cavaleiro puro da ancestral glória.
Por Santiago naquela
doce alvorada subiu a torre em rósea escada.
Olhamos daqui o outro
tempo no outro mundo junto à escada que subia um cubo de pedra rumo ao sol.
E tudo se abriu numa manhã gloriosa nesse dia, por entre as névoas na rosa espiralada que era a torre que subia.
E tudo se abriu numa manhã gloriosa nesse dia, por entre as névoas na rosa espiralada que era a torre que subia.
Além, agora e aqui
de corpo dormido, meu sonho vai num voo transido que me ofusca a alma ao lume.
Pela doce
serenidade, equilibrando os meus passos num fio de fumo, alcanço agora a outra cidade, a sua brisa profunda esfria-me a cara de espanto e sorriso, não escuto
vivalma, todo o redor se foi a sonhar em faróis quedos na praia da
noite escura.
O que somos,
Henrique rei, é arremedos de cavaleiros debaixo de uma outra lei.
O que somos,
Henrique navegador, é ser para ir, além do mar e dos sonhos, pobres cavaleiros da luz na
ilha do amor.
Acordei e Portugal
era o outro lado do sol…
Falava-se entre amigos.Marco Oliveira
Braga, 4/7/2017
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