"ENGRAMA"
Tudo é visível aos olhos do poeta
que mergulha ávido nos sulcos
das palavras primordiais do vazio
germinadas da levedura do branco
universo akáshico da nudez azul
de uma página
Para além da nossa dimensão porosa
nenhum elemento é estranho a ele
nos labirintos das miragens herméticas
que navegam nos abismos
das gavetas oníricas dos hemisférios
E na sublimação astral da escrita
tatua as metáforas dos retratos,
serigrafia etérea de símbolos e sons
esculpidos durante a cópula muda
dos sentidos
Resultado: uma mandala pictórica
hermenêutica transcendental de um eco
extraterrestre aos uivos das pedras
que vivem no ventre dos espelhos
da água.
TIAGO MOITA
"Metanoia"
Chiado Editora
2017
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