segunda-feira, 30 de outubro de 2017

FILOSOFIA (E FILÓSOFOS) PURA QUE NOS INSPIRA: AGOSTINHO DA SILVA


"Um mundo arrumado é apenas o palco para o grande espectáculo, de que até hoje tivemos apenas um ou outro raro exemplo, de plena criação em todos os domínios, arte, ciência, filosofia, porventura vida também."

AGOSTINHA DA SILVA
"Só Ajustamentos"
Escritor, poeta, ensaísta e filósofo português.
(1906-1994)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

POEMAS (E POETAS) HOLOSISTAS QUE NOS INSPIRAM: "O QUADRO CENTRAL" DE PAULO CONDESSA.


O QUADRO CENTRAL

Porque estamos aqui aqui aqui aqui?
perguntam esses anjos que acordam dentro de mim.
Porque descemos por dentro da tua carne recheada de sonhos e carícias?
Porque acordamos nas tuas mãos ligadas à boca que deseja.

O Mundo em forma de SIM?

E achas que eu sei? Perguntei
Antes nada sabia e agora nada sei.

Descemos para vir fazer a pequena e a grande ligação
arranjar o quadro central do universo, unir o que está disperso

e dar graças ao amor, o único eletricista
capaz de ligar o circuito interior
do grande colosso em forma de coração.

Consegues? Sentir a ligação? Consegues ou não?
Tu és o teu próprio cientista (disse o anjo estelar
secreto especialista em poesia cardiovascular)
deixa que te mostre o direito e o avesso do princípio ao fim
(e, num segundo, ligou o circuito celular

do Mundo em forma de SIM).

Antes destes anjos, nada sabia e agora nada sei
mas posso dizer que andei perdido e sondei
as pessoas do mundo em forma de NÃO:

fala-me sobre amor; e elas falaram de coração partido
fala-me sobre pertencer; e elas mostraram as marcas da exclusão
finalmente, fala-me sobre ligação; e elas falaram de dor da separação.

Quando preparava a minha última ceia, a via láctea derramou
o seu branco luminoso em cada meu canal, em cada minha veia
e nada de nada é fortuito, pensei, e reparei no inverso

do universo espelhado no curto-circuito.

Consegues sentir a ligação? Consegues ou não?
Não tenhas vergonha, disse ela segurando a minha mão

a vergonha é o medo da separação;
o medo não ser não merecer não pertencer não queiras
ser nada a não ser a ligação ligação ligação
nada a não ser uma parte do todo fecundo
que somos nós todos ligados
ao grande SIM do mundo.

PAULO CONDESSA

terça-feira, 24 de outubro de 2017

TEOSOFIA PURA QUE NOS INSPIRA: ARCHIBALD KEIGHTLEY




"O dissidente é todo o Ser Humano que, num determinado momento da sua vida, renuncia momentaneamente ao rebanho e pensa por si mesmo."

Archibald Keightley

(1859-1930)

ARCHIBALD KEIGHTLEY foi um proeminente membro da Sociedade Teosófica; secretário-geral da Sociedade Teosófica Britânica entre 1880 e 1890 e ajudou Helena Petrovna Blavatsky "A Doutrina Secreta."

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

POEMAS (E POETAS) HOLÍSTICOS QUE NOS INSPIRAM: " A PROFUNDIDADE DA POESIA" DE RAMESH RAI


"A PROFUNDIDADE DA POESIA"

A Poesia é imortal
em todas as idades
o seu valor não muda
qualquer que seja a idade
nunca é retroactivo
sempre novo
como uma flor que floresce
sua fragrância é eterna
porque nem os dias nem as noites 
estão concluídos

Nem o Multi Universo
pode saturar
a Poesia.

A Teoria de Einstein pode acabar
mas a liquidez da Poesia nunca pode findar
com a profundidade dos oceanos
e dos céus
e de todos os universos
pode ser medido
mas a profundidade da Poesia
nunca pode ser medida.

A minha paixão enche a Poesia
com a minha enorme alma
para a emancipação de toda a conjectura
para deduzir o valor da Criação.

Ramesh Rai
Poeta indiano

MÚSICOS (E MÚSICA) HOLÍSTICA QUE NOS INSPIRA: JAN GARBAREK, "TWELVE MOONS" (1992)


Jan Garbarek 

"Twelve Moons"

1992

FILÓSOFOS (E FILOSOFIAS) PUROS QUE NOS INSPIRAM: ARNOLD J.TOYNBEE


"Civilização é um movimento e não uma condição, uma viagem e não um porto."

"Das vinte e duas civilizações que apareceram na História, dezanove entraram em colapso quando atingiram o estado moral que os Estados Unidos da América têm actualmente."

"As civilizações morrem de suicídio, não de assassinato."

"A História é uma visão da criação de Deus em Movimento."

Arnold J. Toynbee

Historiador Britânico e um dos pais da visão holística na História

(1889-1975)

PINTORES (E PINTURAS) HOLÍSTICAS QUE NOS INSPIRAM: "VISIONARIUM" DE TOMÁS GILSANZ


Tomás Gilsanz

"Visionarium"

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

TEOSOFIA PURA QUE NOS INSPIRA: ANNIE BESANT


"A morte não pode tocar na mais alta consciência do Homem(...). Consegue apenas separar aqueles que amam tanto como os seus veículos inferiores estão em causa, o Homem que vive na terra cego pelo assunto, sente-se separado daqueles que já passaram para a frente, mas...existe tal coisa como a morte."

Annie Besant

Teósofa, Maçon, militante socialista e defensora dos direitos das mulheres.

(1847-1933)



*** Sobre a Natureza e o descobri-la no íntimo de nós mesmos - notas sobre os incêndios de Outubro ***

Estranho dia hoje em Portugal.
15 de Outubro de 2017.
De repente, apareceram incêndios no país numa quantidade avassaladora.
Mortos, destruição, caos, o drama real das pessoas e da Natureza...
Fiquei triste hoje, como se no fumo que evolava junto à minha cidade viessem também os gritos das pessoas sem casa, o horror pasmado dos animais, das árvores em redor esbracejando nos seus ramos ao vento gritando por vida cobertas pelas chamas...
Nas televisões o pânico era filmado repetidamente e repetiam esta desgraça repetidamente para aprendermos a lição bem de que estava tudo em pânico e ficamos nós também em pânico numa espécie de sugestão repetida e repetida até à exaustão.
Não...
Queria ver por mim e não com os olhos emprestados na boleia das camaras e das vozes de estudio.
Fica a solidariedade ante a desgraça alheia que perpassa quando estamos diante de tantas imagens de fogo e mais fogo.
Essa solidariedade é um traço que une os portugueses quando diante de desgraças destas.
Acontece agora e aconteceu no passado.
Vesti-me, e fui até ao parque da cidade caminhar e entender por mim afinal o que é isto dos elementos em fúria.
O céu estava coberto por fumo e por névoa num cinzento que lembrava o medo.
A cidade feita de betão e pedra estava da cor do céu, tudo envolto num fumo estranho que me lembrou os tempos bíblicos antigos.
Ontem mesmo vi o sol da cor do sangue entre as nuvens, aparecendo como que dorido pelo que fizeram à Natureza.
Uma tristeza...
Nas ruas, uma névoa de medo ecoava pelas casas silenciosas, as estradas meio desertas, as pessoas de cabeça baixa falando para telemóveis e segredando coisas imperceptíveis.
Sim, havia mesmo horror e medo, ele estava estampado nas faces, no céu, no tempo meio parado meio luto que se fez ali, enquanto caminhava para o parque cogitando no porquê destas coisas, nas suas causas, nos seus efeitos...
Caminhava e caminhava e vinha um odor a fumo e a gritos íntimos da Natureza, gritos imperceptíveis mas audíveis no trinar soturno dos pássaros, no ondular das folhas que caiam neste Outono de sol, na temperatura tépida assustada deste Outubro demasiado quente para ser verdade.
À medida que ia caminhando, rodeando o parque com as pessoas que também rodeavam o parque em busca de queimar algumas calorias, fui-me apercebendo no suave murmúrio que o vento ali fazia, que de súbito algo de estranho ali havia...
Nas árvores silenciosas havia um pensar coletivo que parecia pensar-me, enquanto o meu coração batia durante a corrida que fiz em redor do parque, enquanto a minha mente pensava nestas coisas da Natureza e nos fogos postos por pirómanos, nas suas causas, nos seus efeitos...
A Natureza que se destrói tem apenas o intuíto do homem dominar o homem...
Nada deve dominar o homem, ele é que deve se dominar a si mesmo para entrar no Espírito da Natureza...
Ela já cá estava antes, em Harmonia plena, crescendo num silêncio vivo de sonhos que a encobre.
É apenas o homem que se destrói a si mesmo quando desequilibra a Natureza...
Dominando-se a si mesmo, o Homem entra em contacto com ela, e apercebe-se, nitidamente, que é um erro que comete contra a Vida quando atenta contra a Natureza.
A Natureza está viva, mais ainda que nós por vezes, e sente como nós, mais ainda que nós por vezes...
E tal como nos mitos da Grécia antiga, os pirómanos eram sempre loucos, queriam espalhar a morte à Natureza grávida de vida...
Que loucura certa gente...
Gente ao nível das pedras é que pode fazer isto...
As pedras ainda evoluem, não destroem...
Mas ir contra a própria mãe Natureza...
É algo que hoje não compreendo.
Como podem as pessoas terminar com as vidas de si mesmas, das pessoas, dos seus bens, dos animais, das árvores, de todo o reino vegetal que as sustenta com Vida, que as cuida no seu sistema natural, que as sustenta no seu sistema natural...
Compreendi então que a Natureza compreende o ser humano, e não o contrário, como os nossos sistemas têm vindo repetidamente a fazer crer.
Basta um incêndio, uma catástrofe natural, e lá vão os castelos de cartas que o humano constrói...
Ruem todos num instante...
Contra a vastidão da Natureza o homem não é capaz de fazer nada.
Olhe-se quando um astronauta chega ao espaço e vê aquilo tudo.
Aquela imensidão sagrada sem fim...
Será que ele alguma vez poderá dizer:
Eu domino isto tudo!!!
Pura ilusão de poder e vaidade...
Humildes caminhamos dentro da Natureza como seus aprendizes, eternos aprendizes da sua sabedoria que já existia antes de nós sermos arrogantes.
E se calhar com essa arrogância perdemos o contacto com os segredos íntimos da Natureza.
Com o nosso egoísmo, crueldade, a nossa falta de inocência esclarecida.
Pereceu-me ali, ao voltar para casa caminhando por entre o fumo distante, que é a Natureza que nos ensina e nunca o contrário.
Saí do parque com esta impressão na mente e no coração, ao caminhar lento por entre o betão e as ruas de alcatrão, por entre os carros sonolentos da manhã, as pessoas transidas e a vontade de recomeçar.
Começar de novo e renascer, acho que isso deve ser o espírito de uma nova reconquista.
A reconquista pelo acesso do Homem ao puro íntimo da Natureza...



Raphael Lux


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

POETAS E POEMAS HOLOSISTAS QUE NOS INSPIRAM: "NESTE PAÍS DE LINHOS E PREDICADOS" de EDMUNDO SILVA




Neste país de linhos e predicados
horas forradas de musgo e amor
onde a humidade do sol desagua como carta sagrada
e no selo dessa corrente de rio meditações se afloram,
sento-me na relva desta paz de ar lambida
e sonho os sonhos das pedras e dos astros musicais...

Ouço os murmúrios azuis das constelações das nossas almas
e na biblioteca da noite o pulsar óbvio da sublimação
é uma gema que flutua no vácuo
germinando os jardins do nosso amor
e antecipando a felicidade em cometas irisados.

Aqui me deixo levar pela intrépida ovulação do Agora,
onde a fermentação dos nossos sentidos
placidamente passa pelos caminhos novos
dessa canção de rios e árvores, planetas e almas,
num súbito desaguar de melodias da eternidade...

Neste país de bálsamos siderais
a voz das plantas desenha o nosso sossego
e veste-nos de transparências primordiais
onde a verdade dos nossos vultos vive
e nas candeias da liberdade descansa...

Edmundo Silva
"Epifania ao Sol"
WorldArtFriends Editora
2012

PINTURAS HOLÍSTICAS QUE NOS INSPIRAM: CARL CLASMEYER


"Witness to the Cosmic Cycles"

Carl Clasmeyer

2009

POETAS HOLÍSTICOS QUE NOS INSPIRAM: KHALIL GIBRAN ("As Crianças")


"AS CRIANÇAS"


Os vossos filhos não são os vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós, mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertencem.

Podeis abrigar os seus corpos mas não as suas almas.
Pois as suas almas vivem na casa do amanhã, 
que vós não podereis visitar, nem em sonhos.

Podereis tentar ser como eles,
mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.

Vós sois os arcos de onde os vossos filhos,
quais flechas vivas, serão lançados.
O arqueiro vê o sinal no caminho do infinito
e Ele com o Seu poder faz com que as Suas flechas
partam rápidas e cheguem longe.

Que a vossa inflexão na mão do Arqueiro seja para a alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
Também ama o arco que se mantém estável.

Khalil Gibran
Escritor, ensaísta e poeta libanês
1883-1931

MÚSICA HOLÍSTICA QUE NOS INSPIRA: DEVA PREMAL


"Om Shree Sache"

Deva Premal

"Love is Space"

2000

TEOSOFIA PURA QUE NOS INSPIRA: ANNA KINGSFORD


"O saber é a suprema função do Homem"

Anna Kingsford

Médica, Escritora e Teósofa

Mãe do Veganismo

1846-1888

PINTURAS HOLÍSTICAS QUE NOS INSPIRAM: NANNETE LOHMANN


"Cosmic Journey"

Nannete Lohmann

2009

QUEM É AKIANE KRAMARIK?

QUEM É AKIANE KRAMARIK?


"Rostos têm mais significado do que qualquer outra coisa. Tu não podes viver sem os ver e tocar."

Akiane Kramarik.

Akiane Kramarik nasceu 9 de Julho de 1994 em Mount Morris, Illinois, E.U.A. Experimento tanto a pobreza como a abundância. Começou a escrever aos quatro anos e a desenhar aos seis, enquanto autodidacta, através da uma observação e de um estudo constantes.

Aos sete anos, começou a escrever poemas e aforismos.

Define a sua pintura como "Akianismo": um cruzamento universal entre o realismo e o imagismo.

O seu primeiro auto-retrato foi vendido por dez mil dólares.

Apareceu pela primeira vez na televisão aos dez anos, no programa "The Oprah Winfred Show" e também apareceu na CNN.

Vive exclusivamente da pintura e foi uma das primeiras artistas a assumir-se como índigo, nos anos 90 do século passado.

Este é um dos seus poemas mais célebres:

DE DENTRO PARA FORA 

A gravidade não descansa
mas tu ainda me carregas
nas minhas costas

com o último nervo emaranhado
as esferas finais 
os olhos
como favos de mel derretido
chegados a um beco sem saída
e o útero é um sem-abrigo

O meu último momento é a memória de ti
quando finalmente os meus olhos 
virarem de dentro para fora
e eu pegar o infinito.

AKIANE KRAMARIK

VÍDEO "MANIFESTO HOLOSISTA"

E agora, algo completamente diferente....


MANIFESTO HOLOSISTA

Nós, almas criadoras, artesão da grandeza e da beleza que habita no silêncio do Universo, reivindicamos, enquanto seres universais e alquimistas da palavra, da arte e do saber, o direito à transcendência da palavra, da arte e do homem, enquanto corpo, mente e espírito, em nome de uma vontade que ultrapassa a razão de onde viemos, quem somos e para onde vamos.

Imbuídos nesse espírito inconformado e aventureiro, pretendemos apresentar uma alternativa ao desalento e ao desencantamento pelo novo, ao fragmento do texto narrativo pela memória, ao acaso fútil e circunstancial, à melancolia existencial, ao recolhimento intimista permanente e diferido pelo sentimento de perda, à errância sem sentido na linguagem, à indiferença estóica das pessoas e das coisas, reduzidas a meras imagens e estatísticas, estéreis de libido e clorofila, ao sarcasmo ácido e corrosivo do quotidiano sem sentido e ao desencontro e ruína de um mundo crepuscular, enfatizada por uma ideia de fuga para um infinito sem bússola, baseado numa aliança entre o Homem, o Espírito e o Universo com a Natureza: o Holosismo.

O Holosismo é a oportunidade para a resposta a todos aqueles que acreditam no futuro, Aqui e Agora; no amanhã numa folha virgem, numa tela por pintar, num palco à espera de magia, numa pedra por esculpir.

O Holosismo é um êxtase de neologismos sem clichês; consciência cósmica de todas as remembranças, espontaneidade quântica a todos os tratados e regras da arte; hermenêuticas sem parábolas nem teoremas; ponto ómega de tudo o nasceu, vive e está para renascer.

Nesse sentido, o Holosismo pretende a verdadeira afirmação da arte e do seu sentido pela exposição da sua transcendência sem limites. É holocêntrico por qualidade e holonómico no devir. Em vez de um espectáculo de pirotecnia simbólica e gráfica, apresentamos uma sinfonia de koans, haikus, tankas e cores vivas; primaveras constantes de epifanías e mundos paralelos, o paranormal, o astral, a escatologia, o xamanismo e todos os fenómenos e linguagens ignorados pela indiferença do quotidiano e do pensamento contemporâneo, pós-moderno e cosmopolita.

O Holosismo não é uma ilusão provocada pela longa comoção desregrada dos sentidos, mas o ponto de encontro de todas as visões intuitivas e experiências proféticas, iniciáticas e reveladoras do mundo que brotou da aliança da natureza, do espírito com o Universo. Somos a palavra sem sentido no absurdo do Real; silêncio mastigado por páginas em branco, bordadas por sete incêndios encarcerados no coluna vertebral de livros sem horas; mãos sinestésicas em transe, lavrando e burilando o verão das origens sobre o branco da realidade; moradas que murmuram os segredos da poesia; a clarividente contingência das metáforas; a panaceia universal do Cosmos através da Arte.

Holosistas de todo o mundo e de todas as dimensões! Despertem para o amanhã que se levanta hoje, Aqui e Agora, e transcende em amor puro as teias que o ego tece da hesychia do Homem para vos receber de alma, coração e braços abertos. A palavra tem alma! A Arte tem alma! É uma criança que grita da miséria e decadência a que o velho mundo se deixou condenar e se exalta e ri da beleza sem rosto, da harmonia no caos, da natureza sem artifícios, que é a vanguarda e o espírito dos tempos, sem tempo, que nos esperam.

TIAGO DE VASCONCELOS E MOITA

EDMUNDO LUÍS RIBEIRO DA SILVA

São João da Madeira, 2 de Março de 2013.

CRÉDITOS DO VÍDEO "MANIFESTO HOLOSISTA"

Leitura e locução: Marco Oliveira e Tiago Moita

Sonoplastia: Vasco Macieira

Canção: "Prélude à L'Après-midi d'un faune", Claude Debussy 

Produção e edição do vídeo: Sérgio Martins


Para mais informações a respeito do Movimento Holosista, contacte-nos para:

movimentoholosista@gmail.com 

ou visite a nossa página oficial no Facebook: https://www.facebook.com/Movimento-Holosista-295113184282180/

terça-feira, 3 de outubro de 2017

POEMAS DE POETAS HOLOSISTAS: "MERKABA" DE TIAGO MOITA


MERKABA
Os intervalos das sílabas etéreas 
donde brota o sal do teu nome
evocam o fogo-fátuo vítreo

que bruxuleia titubeante 
durante o compasso dos segmentos
dos relógios que negam o teu corpo


Procuro-te quando mergulho
na rosa carne do teu Terceiro Olho
e assisto à evaporação das vírgulas
que tatuei nas máscaras avatares 
de quem nunca fui

Encontro-me quando observo
a valsa matemática dos diamantes
dois triângulos fundidos no Devir
de uma geometria sagrada de sons
burilados por uma voz sem eco

Por fim...
Transcendo os sintagmas das escadas
até não encontrar mais nenhum muro
tetraético que separe a carne do sol
e descubro o centro do Cosmos 
quando encontro a raiz do poema
após a erosão dos nomes.

TIAGO MOITA 
"Metanoia" 
Chiado Editora
2017